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Olhar o Ar

Olhar o Ar  do colombiano Felipe García Quintero [Bolivar, Cauca, 1973] extrai poemas de nove livros publicados entre 1999 e 2021.

Quintero obteve os prêmios de poesia Encina de la Cañada (Espanha), o íbero-americano Neruda 2000 (Chile) e Eduardo Cote Lamus (Colômbia). Por Siega (Plural editores, 2017) recebeu o Prêmio Nacional de Poesia, promovido pela Universidade de Santander, Colômbia.

É doutor em Antropologia e docente titular do Departamento de Comunicação Social da Universidade do Cauca, Colômbia. Como escritor convidado e bolsista residiu temporadas em Quito, Madri e Cidade de México.

Sua poesia foi vertida ao francês por Marcel Hennart e Ana María Zuñiga, ao italiano por Emilio Coco e Alessio Brandolini, ao inglês por Alex Salinas e ao árabe por Abdul Zagbour, entre outros.

Sobre Felipe escreve Cristóbal Zapata:

Poeta horizontal, excepcionalmente versátil, García Quintero recorre quase sempre à prosa poética, pois é o meio que melhor parece corresponder ao clima introspectivo, retrospectivo e, em última análise, reflexivo da sua escrita. À prosa grosseira e surda do mundo, o poeta opõe uma cadência e uma sintaxe propícias ao recolhimento e à meditação pelas suas qualidades musicais e pela sua espessura meditativa.
Quase toda a sua poesia é um fluido orgânico, contínuo, apenas interrompido por cesuras, pausas ou números ordinais. Reparem os tantos textos que carecem de um ponto final, como se as imagens e as ideias em jogo -particularmente a consciência circular do corpo no espaço- seguissem o seu curso, o seu decurso, o seu discurso, em um corsi e ricorsi perpétuo. É por isso que talvez este livro não deva ser lido como um livro de poemas, mas sim como o diário das operações da sua consciência, como a relação cronológica de sua experiência interior.

A tradução é de Thomaz Albornoz Neves.

*

minha casa, como o deserto, não tem teto nem porta, somente boca.

Minha casa, como a pedra, não possui vigas nem fundações, só a mão empunhada a ampara.

Esta casa a construí retirando tijolos e entregando meus ossos ao vazio que resta.

A casa é escura como a minha voz nos seus corredores.

Vivo na casa que caminho. A que acosso e me persegue como o verme na carne doentia.

A cada grito se levanta; com cada silêncio a destruo.

 

Especificações:

Brochura,  176 pgs.

Dimensões: 20 x 13 cm

978-65-81264-10-9

Exemplares numerados, 248 em estoque. 1ª edição.

Idioma: Espanhol / Português

Ano de publicação: 2023

 

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R$69,00

tan editorial

Idealizada por Thomaz Albornoz Neves, a chancela tan ed. reúne títulos  de autores cisplatinos e afins. São obras de fotografia, arte, poesia, ensaio e relato escritas em português e espanhol (com alguma pitada de portunhol). O empreendimento é solitário, sazonal e sem fins lucrativos. Os livros têm a mesma identidade gráfica e são, na sua maioria, ilustrados com desenhos do editor. A tiragem varia entre 75 e 300 exemplares numerados.