tan ed

Vladimir Holan

 

Em um cemitério de província, junto ao muro dos suicidas

Aqui, onde o pasto roça a foto dos mortos
e a monja das lápides tem o gesto calvo do mármore
ao grasnar dos gansos … sim, cada coisa aqui
testemunha que o homem não foi criado
mas feito. Também as coisas são feitas e basta.
O homem e as coisas feitas para advertir os mortos!
As coisas esperam. O homem pressente.
Envelhecem e sobrevivem. É imortal e perece.
As coisas são abandonadas e ele está sozinho
E mais só não está apenas quando
contra si mesma se revolta a vida.
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tan editorial

Idealizada por Thomaz Albornoz Neves, a chancela tan ed. reúne títulos  de autores cisplatinos e afins. São obras de fotografia, arte, poesia, ensaio e relato escritas em português e espanhol (com alguma pitada de portunhol). O empreendimento é solitário, sazonal e sem fins lucrativos. Os livros têm a mesma identidade gráfica e são, na sua maioria, ilustrados com desenhos do editor. A tiragem varia entre 75 e 300 exemplares numerados.